ÍNDICE
Amigos Aventureiros
Era uma vez quatro amigos inseparáveis: João, o corajoso; Maria, a esperta; Pedro, o engraçado; e Clara, a sonhadora.
Eles adoravam explorar as florestas perto de suas casas, mas sempre da voltavam antes do anoitecer. Um dia, no entanto, algo inesperado aconteceu.
Perdidos na Floresta
Enquanto brincavam de esconde-esconde entre as árvores, o sol começou a se pôr, pintando o céu de laranja e rosa. João olhou ao redor e percebeu que estavam perdidos.
— Ah, não! — disse ele, coçando a cabeça. — Acho que nos afastamos demais. Alguém sabe o caminho de volta?
Maria franziu a testa e respondeu:
— Eu me lembro de ter visto aquela pedra grande com musgo verde, mas agora tudo parece diferente!
Pedro tentou animar o grupo:
— Relaxem, pessoal! Se ficarmos com medo, vamos acabar vendo fantasmas por aqui. Vamos encontrar um jeito de sair dessa floresta!
Clara, que estava segurando sua boneca de pano, olhou para o céu escurecendo e sussurrou:
— Mas… e se tivermos que passar a noite aqui? O que vamos fazer?
Um Som Misterioso
De repente, eles ouviram um barulho distante. Era como um farfalhar molhado misturado a um som grave e gutural.
Curiosos, decidiram seguir o som, que os levou até uma pequena clareira onde havia uma casa velha de madeira.
A fumaça subia lentamente pela chaminé, e luzes amareladas brilhavam pelas janelas.
A Casa Estranha
— Olhem! Uma casa! — exclamou João. — Podemos nos abrigar lá até o amanhecer.
Maria hesitou por um momento, mas concordou:
— É melhor do que ficar aqui fora na escuridão. Vamos bater à porta.
Os quatro amigos caminharam até a entrada da casa e tocaram a campainha. Ninguém atendeu. Então, João girou a maçaneta devagar e empurrou a porta.
Lá dentro, tudo parecia estranhamente acolhedor: havia uma mesa posta com bolos, frutas e um bule de chá fumegante.
— Uau, que cheiro bom! — disse Pedro, já pegando um pedaço de bolo.
Mas Clara olhou ao redor com desconfiança.
— Vocês acham mesmo que é seguro comer isso? Quem mora aqui?
A Aparição da Cuca
Antes que alguém pudesse responder, ouviram passos pesados vindo da escada. Uma figura assustadora apareceu.
Era uma mulher alta e magra, mas seu corpo tinha escamas verdes reluzentes, e sua boca era longa e cheia de dentes afiados, como a de um jacaré.
Ela usava um vestido preto rasgado e carregava um cajado de madeira nodosa. Seus olhos eram amarelos e brilhavam como lanternas na escuridão.
— Quem são vocês? — perguntou ela, com uma voz grave e rouca, enquanto balançava a cauda grossa que se arrastava pelo chão.
João engoliu em seco, mas tentou parecer confiante:
— Boa noite, senhora. Nos perdemos na floresta e precisávamos de um lugar para descansar. Não queríamos incomodar…
A mulher sorriu, mostrando seus dentes pontudos.
— Ah, pobres crianças perdidas… Entrem, fiquem à vontade. Meu nome é Cuca, e esta é minha casa.
Presos!
Assim que entraram, a porta se fechou sozinha atrás deles. As crianças começaram a sentir um arrepio na espinha. A Cuca os observava atentamente enquanto servia mais chá.
— Vocês parecem cansados — disse ela, com um tom meloso. — Por que não vão dormir no quarto lá em cima? Preparei camas bem confortáveis para vocês.
Maria cochichou para os outros:
— Isso não está certo. Ela é a Cuca! Minha avó me contou histórias sobre ela. Temos que sair daqui!
Mas antes que pudessem pensar em algo, a Cuca os levou para o quarto e trancou a porta por fora.
— Agora durmam bem, meus queridos — disse ela, rindo baixinho enquanto sua cauda batia contra o chão.
As crianças ficaram desesperadas. João começou a andar de um lado para o outro.
Um Plano para Escapar
— Precisamos fugir! Mas como?
Maria olhou ao redor e notou uma janela pequena no alto da parede.
— Aquela janela pode ser nossa saída. Mas precisamos de algo para alcançá-la.
Pedro apontou para o guarda-roupa antigo no canto do quarto.
— Podemos usar isso como escada!
Clara teve uma ideia:
— E se fingirmos que estamos dormindo quando a Cuca voltar? Assim, ela não vai desconfiar.
Todos concordaram com o plano. Quando a Cuca retornou para verificar se estavam dormindo, viu as crianças deitadas nas camas, imóveis. Satisfeita, ela saiu novamente, murmurando:
— Essas crianças serão ótimas para meu caldeirão amanhã…
A Fuga
Assim que a Cuca foi embora, as crianças agiram rápido. Empurraram o guarda-roupa até debaixo da janela e subiram nele. João ajudou Clara a sair primeiro, depois Maria e Pedro. Por último, ele pulou também.
Correram pela floresta até encontrarem a trilha que levava de volta para casa. Quando o sol nasceu, eles já estavam a salvo, sentados na varanda da casa de João.
Uma Lição Importante
— Nunca mais vou entrar em uma casa desconhecida sem perguntar quem mora lá — disse Pedro, ainda ofegante.
Maria balançou a cabeça.
— Foi muito perigoso. Mas conseguimos porque trabalhamos juntos.
Clara abraçou sua boneca.
— E aprendemos que, às vezes, as coisas boas demais para ser verdade podem esconder perigos.
João sorriu para todos.
— Somos um time incrível. Juntos, podemos enfrentar qualquer coisa!
E assim, os quatro amigos prometeram nunca mais se aventurar tão longe sem avisar aos adultos. E, claro, nunca mais aceitariam convites da Cuca.
ótima história, esse blog foi um achado!